Sobre DRAGSTARS

Premiações

  • 1º lugar EXPOCOM 2009 (Curitiba/PR) - Melhor filme de não-ficção;
  • 1º lugar EXPOCOM NORDESTE 2009 (Teresina/PI) - Melhor filme de não-ficção;
  • 1º lugar CURTACOM 2009 (Natal/RN) - Melhor documentário.

História

Dragstars nasceu de uma interrogação: "você sabe o que é drag queen?". A maioria das pessoas ficam confusas ao responder essa pergunta, já que presenciamos na contemporaneidade diversos fenômenos dentro do universo LGBT. Transexuais, travestis, transformistas, drag queens, crossdressers, são tantas nomenclaturas que a gente acaba confundindo sem querer os significados.

A idéia do roteiro surgiu então para esclarecer essas dúvidas sobre os personagens. Drag queens são homens que se vestem com indumentária e comportamento femininos apenas para fins performáticos, através de uma "montaria" efêmera do corpo. Os outros fenômenos, como travestis e transexuais, não fazem representação de gênero e constituem outra classe de estudo.

Para falar das drag queens de Natal o roteiro foi criado para explorar o lado mais lúdico e interativo das drags. Através dos seus depoimentos o vídeo buscou mostrar a essência de cada personagem de modo a transparecer os segredos que formam o universo de códigos que forma a cultura drag. A todo momento o que ficava claro era a tentativa de fugir de qualquer discurso formal.

A seleção das drags que participaram do documentário foi realizado em duas etapas. Primeiro foi criado um perfil no Orkut com o título DRAGSTARS, fazendo alusão ao programa Popstars, do SBT, que convidava as drags de Natal a participarem da seleção para um documentário. Foi aí que a grande maioria dos personagens veio até a equipe.

Em seguida, foram aplicados questionários para fazer um apurado geral sobre os entrevistados e, a partir desses questionários foram selecionadas 20 drags para uma entrevista mais aprofundada, de onde saíram as cinco drags que representariam a cultura genderqueen no produto final.

Shakira Kiloshana foi escolhida para representar o lado artístico das drags. Danuza d'Salles foi escalada para representar o aspecto profissional. Jarita Night and Day representa uma espécie de protesto. Nicholle deLuxe representa o glamour. E Anthonella di Castro representa a relação ídolo X personagem.

As gravações foram iniciadas em outubro de 2008 e tiveram como locações as residências de algumas delas, além dos bares e boates onde elas se apresentam. O único cenário produzido foi o da personagem Nicholle deLuxe, para a qual contamos com a locação de um quarto de luxo no motel Tino's, para criar um ambiente de tanto glamour quanto o personagem exigia.

O documentário encerrou suas gravações em dezembro do mesmo ano e foi editado sendo apresentado poucos dias depois à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso da equipe formada por Jo Fagner, Danielle Pontes e Milena Dantas.

Bastidores

A produção de Dragstars foi marcada por diversos episódios.
  • A fase de pré-produção contou com o apoio de cerca de 70 drags de Natal, que participaram da fase de pesquisa e responderam atenciosamente aos questionários para a seleção do casting de Dragstars;
  • O projeto do documentário tinha o título original de Espelho, Espelho Meu. Porém, de tanto as drags mencionarem que queriam participar de Dragstars, apenas na fase de edição a equipe decidiu que este seria o título definitivo do vídeo;
  • O casting do vídeo contavam ainda com a participação de três drag queens que iriam contracenar com as escolhidas pela produção: Aghatta RuthBell, Bamby Sheromline e Katreva Decupuar. Enquanto a agenda de Aghatta e de Katreva não se encaixavam com a da produção, lamentavelmente a Bamby sofreu um AVC e teve que se afastar do projeto;
  • O roteiro foi alterado três vezes. Na primeira foi em ocasião da participação de Bamby Sheromline; a segunda foi por causa da Parada Gay de Natal, que estava prevista para ser gravada e, após vários adiamentos ficou inviável de ser incluída no vídeo; a terceira foi para a inclusão, no roteiro, da entrevista com Jácio Araújo;
  • O produto final foi editado três vezes, devido ao ataque de vírus de computador que, por duas vezes fizeram a gentileza de estarem apagando o nosso trabalho sempre que estava indo tudo certo;
  • Um dos grandes comentários que se ouviam no processo de produção do documentário é que o diretor - Jo Fagner - iria aparecer no vídeo vestido de drag queen, ou que o trabalho seria apresentado por ele vestido de drag. Apesar do boato ter contribuído para a popularidade do vídeo, isso não se concretizou;
  • Alguns problemas de locação marcaram a fase de produção. A boate Adadio relutava em permitir a entrada da equipe para a gravação das cenas. Sem parceria, o jeito foi entrar escondido como convidados da drag Anthonella di Castro para poder realizar as cenas. Já o bar Feitiço foi completamente receptivo com a equipe, deixando o local à inteira disposição da equipe.
E tudo saiu numa atmosfera de muito luxo e muito glamour. DRAGSTARS saiu do papel e veio para brilhar. Muito!